Viver na Baixada Fluminense é um constante dilema. Como se não bastasse os problemas de infra-estrutura (saúde, emprego, saneamento báisico e etc), a Baixada agoniza também no aspecto Cultural. Falo principalmente por residir em Nova Iguaçu e por espera- em vão- que algum dilúvio nesse âmbito caía sobre minha querida e tão sofrida cidade.

O pior disso tudo é que não gente com talento para mostrar que a BAixada não é só pobreza, não é só sofrimento. Vejo muitos talentos (principalmente na esfera musical) perdidos nos entraves da falta de visibilidade da da Região. Mas o que também contribui para esse Ostracismo é a falta de um estrutura para essa cena independente, em boa parte por culpa também desses próprios artistas: não entre eles o sentimento de União para que juntos possam sair ou dar um maior leque de possibilidade e visibilidade de suas obras. O grand eproblema é esperar que essa Ajuda venha de cima para Baixo. Talvez o pessoal mais organizado seja a galera que movimentos os Cineclubes ou que mexem com o audio-visual em geral: Cinegoteira, Buraco Do Getulio, o Cine Guandu. Embora esses espaços ainda sejam bastantes "underground" para o publico em geral. Mas mesmo assim, são eles a galera mais organizada. São filiados a ASCINE e apesar do público limitado, tem sempre publico fiel.

Viver em Nova Iguaçu é viver em uma Apatiageralcultural. Falta tudo: não há Teatro (ainda tem um pequeno esboço na Kitnet de cultura), não há Cinema (tirando o caro e limitado Cinema do TopShopping) e não há espaço para bandas ou artistas apresentarem suas obras. Sem falar no Pessoal que escreve e acaba sufocado em suas próprias produções.

Eu poderia ficar horas falando do que falta. Mas o que vou propor é: pequenos pólos que se reunam e discutam a condição de seu campo de atuação artística. Por exemplo: o pessoal que escreve se reune e discutam a situação dos jovens que escrevem e que não possuem espaço para isso. Assim por diante. E cada grupo de discussão se intercalem apresentando suas propostas. É utópico. Mas é preciso de utopia pra depois se deparar com a realidade.