quinta-feira, 27 de novembro de 2008


BUTÃO

Um país relativamente pequeno, com menos de um milhão de habitantes, que por questóes geográficas, econônicas, religiosas e culturais mantinh-se bastante fiel as tradições ancestrais e impermeável à maioria dos hábitos duvidosos que tomaram conta de boa parte do mundo disfarçados de globalização, teria que ser pensado e governado de forma tão especial quanto sua situação histórica, cultural e geográfica. Algum tempo depois mais maduro, mais maduro e experiente, o mesmo rei lançou para o mundo uma idéia que tem despertado atenção e estudos de todo o planeta, incluindo os mais diversos e improváveis países, da venezuela ao Sri Lanka, da Holanda a Tailândia.
GNH era o nome do conceito originalmente cunhado pelo rei que foi apresentado pelo 1º ministro em um simpósio reunindo economistas, antropólogos sociólogos, diplomatas, administradores e intelectuais de outras searas interessados na tentativa de encontrar modelos mais inteligentes para um mundo que caminha a passos largos para a desintegração. " Gross National Hapines" ou, numa tradução livre, felicidade interna bruta.
Um conceito forjadoa partir da simples constatação de que a medida usada até então para avaliar os niveis de crescimento e desenvolvimento de um país, o GNP ( Gross National product, ou PIB, produto interno bruto na versão brasileira) errava de forma ingênua e quase infantil, na medida em que partia da equivocada premissa de que o objetivo de qualquer ser vivente sobre a terra é obter e principalmente acumular riqueza material.
Ainda segundo a matéria, seria dispensável qualquer exercício de futorologia para adivinhar a falência do conceito forjado apartir de premissa tão equivocada. Bastaria recorrer aos mais diferentes personagens da história da civilização. de Simon Bolivar a Thomas Jefferson, passando por platão ou pelo chefe indígena Seattle, todos concordam com a vocação do ser humano em sua efêmera trajetória sobre este planeta: ser feliz.
Não deve haver sequer um representante de nossa raça que não tenha duvidas sobre a definição exata do que seja felicidade, mas nenhum ser humano com QI de pelo menos dois digitos deveria duvidar de que a idéia de felicidade não se resume a ter as contas pagas, dinheiro no banco e um carro do ano na garagem. Eo tal rei do Butão tomou para si a difícil tarefa de, com a ajuda de seu povo e de suas tradições, tentar definir e passar a perseguir em suas decisões a tão sonhada felicidade. E o mais impressionante parece estar conseguindo. Prova disso foi quando o seu governo, composto por uma monarquia hereditária que divide poder com uma câmara única - cujos assentos são em sua maioria eleitos via voto popular, decidiu tomar uma decisão inédita no mundo: banir a comercialização e venda de cigarros abrindo mão de valores consideráveis gerados por impostos e propaganda, com o intuito de fomentar uma vida mais saudável aos seus cidadãos. Ou, mais recentemente, quando a ONU concedeu importante prêmio ao país por ter colocado o meio ambiente no centro de suas políticas de desenvolvimento, conseguindo, dessa forma, ajustar sua economia e ainda assim preservar suas florestas em mais de 70% de seu território - sendo 26% protegido por lei. claro que para isso, é preciso lembrar, o butão conta com a inestimável ajuda da milenar doutrina butista, respeitada por todas as pessoas de bom senso que já tenham travado algum contato com ela, por sua extensiva pesquisa a respeito da condição humana e pelos caminhos por ela encontrados para oferecer felicidade material e espiritual duradoura. Caminhos esses que vão muito alem das soluções apontadas pelos atalhos equivocados e sem saída da econômia de mercado, que não conseguem ultrapassar as furadas fó rmulas de acúmulo de riquezaz, consumo material e uma ilusória estabilidade econômica.
É de um dos mais respeitados líderes espirituais do mundo, o Prêmio Nobel da Paz, o Dalai Lama a constatação simples que segue e que reforça a urgência da revisão das premissas que tem orientado boa parte do planeta " os grandes movimentos do mundo nos últimos cem anos ou mais, democracia, liberalismo, socialismo, têm todos eles falhado, no sentido de entregar os benefícios universais que eles supostamente deveriam prover, apesar de conteram muitas idéias maravilhosas. O mundo Clama por uma revolução com toda certeza. Mas não uma revolução política, econômica, nem mesmo uma revolução tecnológica. Tivemos experiências suficientes desses dois tipos durante o último século para saber que uma ação puramente externa não será suficiente. Minha proposta é de uma revolução espiritual".

Um comentário:

leleo disse...

Muito interessante essa matéria. Só achei que você deveria ter dado créditos ao autor. Ao que parece, o texto foi retirado de uma resvita. E seria chato colocar um texto de alguém sem colocar os respectivos créditos.

Mas... quando se fala em revolução. Eu acho que é esse o caminho mesmo. MAs não a revolução economica. Mas sim a revolução espiritual, e por espiritual eu não considero a religião (pois acredito ser a religião uma forma de dominação, tão forte quando a dominação política ou economica). Revolução Espiritual é muito mais do que o ambito religioso: envolve uma esfera inerente a REFLEXÃO.


rastreador

Sign by Danasoft - For Backgrounds and Layouts