quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Educação

Educação


Como você – futuro profissional da educação – se vê no final do curso? Como pensamos nosso papel social? Somos realmente certos de nossas responsabilidades? Será que a academia possuía real preocupação com nossa formação? Ou será que nossos queridos professores só estão preocupados com a carreira acadêmica deles? Não sei...
Um livro bastante interessante trata justamente dessa questão, chama-se A ESCOLA E O CONHECIMENTO, do autor Mario Sergio Cortella.
No capítulo quatro, o autor insere justamente essa problemática: qual é o sentido social do que fazemos? Para ir mais a fundo, na tentativa de elaborar uma resposta, é preciso compreender nosso papel como agentes políticos. E mais: conseqüentemente a relação entre escola e sociedade.
Uma vez, fui a um Festival de Bandas em Nilópolis, o chamado Findie Rock, isso em 2008, que rolava na quadra da CEFETEQ. Em um dos intervalos eu meus amigos fomos um barzinho conversar e esperar enquanto a próxima banda se preparava. Na mesa tinha um estudante de agronomia com idéias e crenças numa educação como o único mecanismo de mudança social; o outro era um estudante de direito anarquista, meio hippie das idéias; ainda tínhamos a presença de um estudante de história que parecia olhar e observar a discussão, e um cineasta da Baixada, que provavelmente estava envolvido em projetos sociais (escola-bairro, escola livre de cinema entre outros), além de mim, também estudante de história e que na época possuía uma visão nada otimista da educação. Lembrando, que diferente dos outros amigos, o meu curso é o de Licenciatura em História, portanto, segundo as “regras” era eu quem deveria sustentar a idéia de uma redenção através da educação.
À princípio eu não falava nem colocava nada. Só ouvia. Era perceptível nas palavras dos meus companheiros de copo um certo otimismo ingênuo. Ou seja, a idéia de atribuir à Escola uma missão salvífica, de caráter messiânico. Segundo essa concepção o educador se assemelharia a um sacerdote: portador de uma vocação.
O autor Mario Sergio Cortella caracteriza essa concepção da educação como uma alavanca do desenvolvimento e do progresso; a frase que resume isso é “o Brasil é um país porque a ele falta Educação; se dermos Escola a todos os brasileiros sairá do subdesenvolvimento”[1]
Pude perceber claramente essa tendência de pensar a educação no discurso de todos os meus amigos presentes. Não esbocei participar da discussão. Mas como meu cinismo é algo que incomoda quando lanço meu sorriso de canto de boca, logo me perguntaram o que eu achava do assunto, afinal, no mínimo deveria eu pensar sobre, pois era meu futuro profissional em discussão.
Como o próprio Mario Sergio chama a atenção, essa concepção é otimista mas ingênuo pois atribui a ela uma autonomia
absoluta “na sua inserção social e na capacidade de extinguir a pobreza e a miséria que não foram por ela originalmente criadas” [2]
[1] CORTELLA, Mario Sergio. A Escola e o conhecimento. p.131
[2] Ibid. p.132

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