quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

aí, já que o avatar é um grande filme que narra a história da exploração do homem pelo homem e do império sobre os povos que deseja-se fazer colônia, parece importante lembrar certas coisas que de tão banais parecem impossíveis de ser lembradas. o trabalhador, por exemplo, que depende do que recebe por seu trabalho também não pode esquecer que as engrenagens do sistema e das indústrias que o empregam  dependem absoutamente de seu trabalho. e aí? parou, parou! e daí? parou, parou. e aí? não quero dizer que virá outro trabalhador e aceitará menos que o insubordinado e que isso inviabiliza tudo. isso é papo velho. quero dizer que as coisas estão fora do lugar. o dinheiro é uma ficção. só tem valor se todos a aceitam. ou até mesmo, se todos estão insatisfeitos com sua parte, não é questão de guerra de classes. porque aí estaria sendo aceita a engrenagem como é. e ela tritura quem a move. e nem sonhe em me falar sobre ditadura do proletário. isso não faz sentido. não pra mim. não hoje. a questão é de negar a engrenagem e ver o que acontece. qual o problema? o progresso pelo qual a humanidade lutou historicamente mostrou-se cruel e indesejável. qual o problema em recusá-lo? sem caô! qual o problema? na minha boa memória lembro de um livro do malatesta. ele questionando como as idéias são transmitidas à massa. a anarquia não pode ser olhada como um sistema. não é algo a ser implantado numa sociedade qualquer. é sim um sonho de uma nova consciência. é sim a prática da filosofia que se pensa. não me venham mais com o velho papo de que algo está pra acontecer. que todos querem algo novo, que o absurdo é muito grande, que todos estão insatisfeitos e que algo irá se transformar. ou que a era de aquarius está chegando. se nada opoem-se à engrenagem no dia a dia, o que poderá modificar-se em algum tempo? e não me venha mais com a velha história das revoluções. apenas mais um mecanismo das mesmas engrenagens. sendo movidas apenas pela insatisfação e a nenhuma conscientização. outras gerações talvez passarão antes que as mudanças aconteçam de forma maciça. antes que se tome as rédeas. todos parecem satisfatoriamente entretidos enquanto entregam não só sua força de trabalho mas também seu prazer às engrenagens que sonha ver caídas. lembro agora do dito de um grande crítico qualquer, impiedoso com a massa, afirmando que o povo é extremamente covarde. que sua força é apenas uma falácia ou uma distorção. já que combate todos os males que se apresentam a ele, com exceção do jugo que o escraviza.

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