quinta-feira, 27 de novembro de 2008



CÉREBROS, NÃO BALAS

O exercito foi e é a referência para a formação da cultura organizacional que temos nas empresas. A cultura hierarquica a disciplina, as metas, os manuais, a carreira, o comando e o principio de gestão, tudo isso veio da primeira organização que existiu entre os homens. Até as igrejas, que já existiam antes das empresas, tiveram sua cultura desenhada a partir da máquina do exército.

O resultado é que mesmo as organizações criativas pautadas por valores humanos beberam dessa fonte para se estruturar, se gerenciar e atuar no mercado. Desde a educação que vem de casa, passando pelas escolas, MBAsn tudo é um processo de preparação de indivíduos obedientes, hábeis e valentes que se colocarão a serviço da coorporação que os reconhecerá por meio de promoções ao longo da vida.
Essa educação nos diz que os interesses da organização prevalecem aos indivíduos, que é importante vestir a camisa da empresa, que não se deve levar seus problemas pessoais para o serviço e que o manual é tudo o que você precisa saber para cumprir suas obrigações e se dar bem. Quer dizer o indivíduo, produzido e " manualizado " como uma peça de engrenagem, deve se encaichar na estrutura e cumprir ordens sem fazer muitas perguntas.
Mesmo quem nunca esteve dentro dessas estruturas já foi vítima dessa cultura quando ouviu do funcionário da empresa a triste escapada da responsabilidade social: " desculpa, estou apenas cumprindo ordens ".
O mundo mudou, muito se fala e se escreve sobre a necessidade de transformar o comportamento das empresas e das pessoas. Mas nos últimos tempos nada foi mais significativo e dramático do que a mudança percebida pelo exercito. A revista The Economist publicou com o título de " brains not bullets " (cerébro, não balas).
Considerando a velocidade com que o cenário muda atualmente, a vitória da guerra não é do mais forte, mais daquele que é mais ágil na atualização da sua estratégia. Isso tem a ver com a tecnologia de comunicação. Eles esplicam: o soldado que está na linha de frente usa um capacete com vários sensores conectados a central da estratégia. Ele deve identificar ameaças e oportunidades e comunicar à, central, para que essa possa atualizar a estratégia e fazer ajustes táticos. Isto é, se esse soldado não estiver lá no campo com seu cérebro funcionando em condições de discernir o que é relevante - e, entre o que é relevante, identificar o que ameaça e o que é oportunidade, a guerra está perdida.
A partis dessa constatação questiona-se a maneira como um soldado é preparado para trabalhar no exército hoje. ele não pode mais ser concebido como uma peça de engrenagem - uma bala! que e um artefato fabricado com a precisão necessária para se encaixar numa função e funcionar segundo o manual sem fazer perguntas. A bala, que por definição não tem cérebro de quem tem o comando da engrenagem na mão. Bang Vá lá e cumpra as ordens ou as metas.
Hoje, se um soldado não conhece e não aderiu á causa que a guerra serve e se não conhece a estratégia e as metas, ele não tem condições de discernimento para colher informações relevantes e repassar para a coorporação. Não pode ser apenas uma bala que cumpre ordens. Tem que ser um cérebro. E não e apenas um cérebro com habilidades críticasm opinativas, intuitivas, capaz de ver contexto e signigicado nas informações e nos fatos disponibilizados.
O departamento de defesa dos EUA escreveu um texto importante sobre essa mudança e deu o título de " Power to the edge "( poder para a ponta ). Não tem alternativa se o objetivo é vencer Power to the edge! Mas dar poder e autonomia para as pessoas que são acríticas, que não compartilham as mesmas causas, não tem discernimento e só tem habilidade para cumprir metas pode ser um tiro no pé. Pode vencer uma batalha aqui outra lá, mas com o tempo perde a guerra. "brains not bullets".
Finalmente a guerra presta algum serviço a favor da humanização da sociedade, com a vantagem de começar pela redefinição da nossa relação com o trabalho. Que os nossos soldados corporativos adotem esse novo grito de guerra: "
BRAINS NOT BULLETS "




Um comentário:

leleo disse...

A questão do trabalho é um assunto que perdeu no grito nas últimas décadas. E apesar de não ser marxista, eles talvez sejam os unicos (pelo menos no movimento estudantil) que batem ainda nessa tecla: por um trabalho consciente, e não a um trabalho massificador.


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